Estávamos precisamente a admirar uma dessas estátuas humanas, quando o nosso mais pequeno, num súbido interesse observou com mais atenção. Por alguns minutos fixou os seus olhitos na estátua, depois reparou naquela pequena multidão que em silêncio observava também, não percebendo muito bem a razão de tanta admiração. Afinal era apenas uma estátua.
Curiosa pela sua reacção, coloquei-lhe uma moeda na mão e disse-lhe para colocar na caixa que estava pousada no chão, junto dos pés da estátua. Reticente, aproximou-se e muito devagar colocou a moeda. E então, para seu espanto, a estátua mexeu-se, inclinando-se na sua direcção!
Primeiro, abriu muito os olhos e depois, morto de medo, começou a chorar e a recuar, como em câmara lenta, sob o riso da multidão, que não conseguiu conter-se. Agarrou-se depois ao meu pescoço e a fungar não parava de choramingar "não, mãe, não, não queo" perante a mão estendida da estátua que queria cumprimentá-lo. Eu queria consolá-lo, beijei-o e afaguei-o mas não conseguia parar de sorrir perante a situação. Claro que depois de alguns minutos, mais calmo, deixou de esconder-se no meu cólo. Da segunda vez que passamos à frente do homem estátua, já não fugiu. Sério, observou novamente, agora com mais curiosidade e até riu quando um outro menino teve uma reacção idêntica quando foi colocar uma moedinha na caixa.Muitas outras estátuas humanas encontramos ao longo da rua. Todas elas admiráveis, de facto. Gosto muito desta arte e admiro o trabalho destas pessoas que durante horas mostram aquilo que de melhor sabem fazer e que em troca de alguns trocos fazem-nos parar na rua e ficar ali parados a observar, cheios de curiosidade e de espanto. A estes artistas, os meus parabéns.
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