quinta-feira, 25 de março de 2010

"Oh mãe, conta uma históia sem históia!"

É assim que agora adormecemos cá em casa. Antes, as histórias eram contadas de livro na mão e luz acessa. Eram aquelas histórias tradicionais, de um livro escolhido pelos meus filhos... até há duas semanas atrás. Já estávamos deitados, luzes apagadas, quando a vozinha do Gonçalo se ouviu no escuro: "Oh mamã, não contaste uma histoia... tens que contae uma históia!" E eu, que já estava quase a entrar no primeiro sono, já nem conseguia abrir os olhos, respondi-lhe: "Está bem, mas hoje a história vai ser uma da mamã, está bem? Sem livro."


Inventei, então, uma história de um menino que brincava num jardim com uma lagarta e que essa depois tinha desaparecido e o menino muito triste tinha procurado por todo o lado e finalmente tinha descoberto que essa se tinha transformado numa linda borboleta! Claro que não foi como a publicidade Red Bull em que a lagarta depois de beber se transforma em borboleta e começa a voar! Não senhor, foi uma linda história como devem ser todas as histórias. Mas sem bruxas nem lobos maus. Apenas um menino, um lindo jardim e uma conversa muito interessante com uma borboleta. Claro que pintei com todas as cores, todas muito vivas, brilhantes, um Sol enorme e radiante, flores, árvores até um lago de águas cristalinas (deve ser a minha ansiedade pela chegada da Primavera!!!).

Nos dias seguintes, houve muitas "históias sem históias" (traduzindo: histórias sem livro de histórias). Um dia foi uma adaptação do patinho feio que se transformou num lindo cisne branco... numa outra noite, havia uma rã que se transformou numa linda menina... enfim, tantas transformações levou o João (perspicaz como sempre) a comentar com um sorriso "Mãe, nas tuas histórias há sempre algo ou alguém a transformar-se!"
"Pois é - disse-lhe eu - "haverá alguma coisa melhor para imaginar antes de dormir que o feio se possa transformar em bonito e o sonho em realidade?"
"É, tens razão - disse-me ele - "Hoje deixa-me ser eu a tentar inventar uma história assim."
E contou... uma linda história. Sem vampiros, sem bruxas e sem lobos maus.

"Contar histórias é a mais antigas das artes. Nos velhos tempos, o povo sentava-se ao redor do fogo para aquecer, alegrar, conversar, contar casos. Pessoas que vinham de longe de suas pátrias contavam e repetiam histórias para guardar as suas tradições e a sua língua. As histórias incorporam-se na nossa cultura. Ganharam as nossas casas através da doce voz materna, das velhas babás, dos livros coloridos, para encantamento da criançada. E os pedagogos, sempre à procura de técnicas e processos adequados à educação das crianças, descobriram esta “mina de ouro”:as histórias. Parte importante na vida da criança desde a mais tenra idade, a literatura constitui alimento precioso para sua alma. É conhecendo a criança e o mistério delicioso do seu mundo que podemos avaliar todo o valor da literatura em sua formação. As crianças tem um mundo próprio, todo seu, povoado de sonhos e fantasias...

As histórias são expressões de uma mesma personalidade em evolução, do princípio do prazer da realidade. Podem mostrar à criança que a transformação, a mudança e o desenvolvimento são possíveis. Que o prazer não é proibido.
Contar histórias é uma arte. Deve dar prazer a quem conta e ao ouvinte. As histórias têm finalidade em si. Contadas ou lidas constituem sempre uma fonte de alegria e encantamento.
Por isso as atividades de enriquecimento devem ser leves e espontâneas.

Estimulando as crianças a imaginar, criar, envolver-se já é um grande passo para sua carreira.
A literatura na infância é o meio mais eficiente de enriquecimento e desenvolvimento da personalidade: é um passaporte para vida e para a sociedade. É na infância que se adquire o gosto de ler, por isso que é de suma importância o conto, pois o fantasiar antecede a leitura."

domingo, 7 de março de 2010

Dias especiais

E porque amanhã é "Dia da Mulher"...


Flor-de-lis

Ontem segui até ao final a eleição da nossa música para o Festival da Eurovisão a realizar em Oslo... e não sei bem porquê mas fiquei com uma saudade enorme de "Todas as Ruas do Amor" que foi a vencedora o ano passado.

Trago-vos também a letra para que possam seguir. Os Flor-de-lis vão lançar em breve o seu primeiro albúm. Eu vou comprar.

Entretanto, visitem os "Jardins Encantados" e saibam tudo sobre esta flor enigmática, a flor-de-lis...



Se sou tinta
Tu és tela
Se sou chuva
És aguarela
Se sou sal
És branca areia
Se sou mar
És maré cheia
Se sou céu
És nuvem nele
Se sou estrela
És de encantar
Se sou noite
És luz para ela
Se sou dia
És o luar

Sou a voz
Do coração
Numa carta
Aberta ao mundo
Sou o espelho
D`emoção
Do teu olhar
Profundo
Sou um todo
Num instante
Corpo dado
Em jeito amante
Sou o tempo
Que não passa
Quando a saudade
Me abraça

Beija o mar
O vento e a lua
Sou um sol
Em neve nua
Em todas as ruas
Do amor
Serás meu
E eu serei tua

Intérprete: Flor-de-Lis
Letra da canção: Pedro Marques e Paulo Pereira

quarta-feira, 3 de março de 2010

20.000 visitas...



Obrigada a todos vocês que contribuiram para as 20.000 visitas a este blog! É por vocês e para vocês que o Inconfidências existe. Muito obrigada por fazerem valer a pena.



Lembrança para quem quiser levar.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Às 9 no facebook

Há quem lhe chame “fábrica de fazer amigos”, há quem lhe chame “café virtual”, há quem lhe chame muitas outras coisas. Há quem seja a favor e há quem seja contra. Há quem já não saiba viver sem ele e há quem já não possa ouvir falar.No meu caso pessoal, tem-se revelado uma experiência extraordinária!

Não se trata de um programa de televisão, nem de um jogo de internet. Falo sobre o já famoso “facebook”. Quando fiz o meu registo há já quase 1 ano, não lhe achei muita piada. Durante meses, fui respondendo aos convites de amizade mas sem criar laços. Fui observando as diversas actividades de colegas e amigos mas sem nunca me envolver. E um dia a empresa onde trabalhei durante 15 anos fechou. De repente os colegas com quem falava todos os dias, já não estavam lá. Já não via os seus rostos, já não ouvia as suas vozes. Já não havia pequenos almoços divertidos nem reuniões de trabalho. Acabaram-se as conversas de corredor. Os gabinetes ficaram, de repente, vazios. E as salas, dolorosamente silenciosas. Os telefones já não tocam. As portas já não batem. Nada.

Outros desafios profissionais fizeram com que ficasse no mesmo espaço físico, onde até então existia uma empresa quase centenária. Mas os colegas já não estavam lá. Apenas umas visitas de vez em quando. Umas mensagens rápidas no messenger. E de repente, o facebook surgiu como um ponto de encontro. Em vez de “às dez na cantina” ou “às 2 na máquina de café” passou a ser “encontramo-nos no Facebook”. E de repente, quando olho para o chat, eu tenho ali mesmo 30 ou 40 amigos à distância de um clik, com quem converso, com quem troco desabafos. Alguns já encontraram novos empregos, outros criaram o seu próprio, e outros, infelizmente, ainda esperam... alguns desesperam. Mas o facebook tornou-se o nosso café virtual, onde nos podemos encontrar todos os dias, onde, quem está em casa ou noutro lugar qualquer, pode “entrar” e dizer “olá, o que é feito de ti?”.

Mas o facebook, no meu caso pessoal, tem sido ainda mais, muito mais. Com ele descobri amigos de quem já não sabia há 20 anos. Colegas da escola, amigos das férias de Verão...

Digam o que disserem sobre esta rede social, para mim, será sempre o nosso ponto de encontro. Existe um blog muito famoso que se chama “às 9 no meu blog”. Eu também posso agora dizer “às 9 no facebook”.